terça-feira, 14 de outubro de 2008

AQUI AS MINORIAS SÃO MAIORIA.


ÉPOCA NEGOCIOS
EDIÇÃO Nº 19 DE SETEMBRO DE 2008.
PAGINAS 97 A 103
http://www.blogger.com/epoca

AQUI AS MINORAIS SÃO MAIORIA.
A paulista Fersol, fabricante de produtos químicos levou ao extremo um programa de diversidade na contratação de funcionários.Agora, instituiu uma política de cotas inversa, para preservar as vagas de homens brancos.

Por Tatiana Vaz

Em maio do ano passado, em seu primeiro dia de trabalho na Fersol, Agnes Paola dos Santos, uma jovem negra de 27anos, quase não acreditou no que viu.Bastou uma rápida visita aos galpões e escritórios da empresa para concluir que o quadro de funcionários era formado em sua maioria, por mulheres, negros, homossexuais e portadores e deficiência.
Por essa regra, homens brancos de 20 a 40 anos, geralmente os mais requisitados no mercado, preencheriam um terço do quadro, dividindo espaço com outros grupos de pessoas na companhia.Hoje, dos 240 empregados da companhia, 46,5% são mulheres, 34,5 são homens negros e 19 % homens branco. Nos três grupos há um bom numero de homossexuais (3%), pessoas com deficiência física (2%) e integrantes da terceira idade (26%).
Só havia um problema. O processo nasceu de uma legítima preocupação social, dando oportunidade a quem vivia excluído do mercado de trabalho, acabou produzindo uma inesperada distorção: a antiga maioria formada, por homens brancos de 20 a 40 anos, logo foi transformada em preocupante minoria dentro da empresa.
Nova correção na rota teria de ser feita e surgiu , então, a idéia da cota.
inversa.A nova regra passou a ser, então, a preservação de 20% das vagas para os homens brancos.Em outras palavras, uma cota que garantisse pelo menos a manutenção do índice atual. Os homens brancos, quem diria, viraram espécie em extinção na Fersol.



ANALISE CRITÍCA:

O processo de globalização criou novos paradigmas de multiculturalidade e diversidade racial. Esses novos paradgmas provocaram mudanças sobre como pensarmos e agirmos diante uma sociedade e um mercado cada vez mais diversos. No Brasil, esses desenvolvimentos junto às reivindicações do movimento negro e do movimento sindical colocaram em pauta as questões de discriminação e diversidade raciais e geraram um diálogo nacional em torno delas. As instituições públicas, privadas e as do terceiro setor começaram a assumir o desafio de diminuir a discriminação racial e ao mesmo tempo procurar maneiras de abraçar a diversidade racial que caracteriza o país. Surgiram ações afirmativas na forma de cotas raciais em algumas universidades e alguns Ministérios, estimulando ainda mais o debate. As empresas não podiam ficar fora da discussão por muito tempo e começaram a tomar medidas em resposta às cobranças da sociedade e/ou em função da disseminação de políticas e práticas de diversidade, oriundas de suas matrizes localizadas em países estrangeiros.
Ações de responsabilidae social, como as da Fersol, com a instituição de cotas para contratação de funcionários vem nos mostrar que as políticas de cota são ótimos instrumentos de promoção de igualdade de oportunidades, mas necessitam ser bem monitoradas para evitar distorções para que não haja, futuramente, a necessidade de implantação de cotas inversas, pois na diversidade todos têm de estar inseridos, só assim há sentido.


Por Margarete Ramalhete

sábado, 11 de outubro de 2008

A imagem corporativa e o poder das virtudes invisíveis


A imagem corporativa e o poder das virtudes invisíveis
Até poucas décadas, o valor de uma empresa era definido pelos seus valores tangíveis. Mas isso mudou. Hoje 70% do valor de uma companhia é atribuído a elementos intangíveis, como a marca. Qual a razão dessa mudança?
Por Julio Ribeiro*
http://epocanegocios.globo.com/Revista/Epocanegocios/
As empresas, ao contrário do que muitos acham, são como um organismo vivo. Elas interagem permanentemente com campos de força da sociedade que têm o poder de valorizá-las, depreciá-las ou mesmo determinar o seu aniquilamento, independentemente de sua situação financeira, capacidade técnica, faturamento ou composição acionária. Esses campos de força são, em geral, intangíveis, muitas vezes imperceptíveis para os gestores, mas contém o gene do sucesso ou do insucesso da empresa. Usa-se o termo: “Imagem Corporativa” para designar essa força e atualmente não há empresa que possa prescindir dela para ser bem-sucedida.
Mas não foi sempre assim? Não. Até poucas décadas atrás, o valor de uma empresa era definido dominantemente pelos seus valores tangíveis: prédios, equipamentos, marcas, capital, fluxo de caixa, situação financeira etc. Mas isso está progressivamente mudando. Segundo pesquisa da Trevisan Consultoria, o valor de uma empresa que no passado recente era determinado pelos valores tangíveis, progressivamente está sendo determinado pelos ativos intangíveis. A partir da década de 90, o modelo sofreu uma inversão e 70% do valor da empresa passou a ser atribuído a elementos intangíveis e apenas 30% para os valores tangíveis.
Esse conjunto colossal de mudanças criou novos modelos de interação entre as pessoas e destas com as instituições que compõem a sociedade. . Essa força colocada à disposição das pessoas provocou um deslocamento do centro do poder. O primeiro sintoma disso foi o fim da privacidade. Derrubaram-se as paredes. Empresas, instituições e governos, mais e mais vão sendo obrigadas a se tornar transparentes, a prestar contas ao público de suas atividades.
Em função disso, as entidades públicas e privadas cada vez mais estão sendo obrigadas a dialogar e a responder aos questionamentos feitos pela sociedade. Como conseqüência, a avaliação das empresas e seus produtos tornou-se profundamente ligada à sua imagem institucional.
Em 2000, o banco Real inovou na construção do modelo institucional de bancos: iniciou um projeto de caráter dominantemente ético, a defesa da sustentabilidade do planeta e a valorização da ética social e valores humanos. O projeto foi iniciado pela procura de adesão de todos os funcionários do banco à causa, seguida por ações sociais substantivas e a difusão desses valores como base de toda a sua comunicação. Embora estranhando de início a proposta de um banco construir sua imagem por meio de um projeto de valores sociais e humanos em vez de meramente financeiros, pessoas, empresas e formadores de opinião foram progressivamente aceitando o valor da causa e aderindo a ela.
Como resultado, o banco Real cresceu, tornou-se o terceiro maior banco privado do país e multiplicou o número de clientes. As pesquisas vêm demonstrando repetidamente que os funcionários do banco e seus clientes vêem nesses valores uma razão muito forte para continuarem ligados à empresa.
Se você é empresário e ainda não percebeu a importância dos valores intangíveis de reputação e integridade na formação de valor da sua empresa, seria melhor reconsiderar essa posição. Por exemplo: cuidado se pretende fazer um IPO. O risco torna-se grande. Quanto ao futuro, se não desejar mudar, pense em contratar um bom advogado. Ninguém sabe o dia em que a sociedade poderá bater à sua porta para cobrar aquilo que acha que você lhe deve. Vai saber...

ANALISE CRITICAForçoso reconhecer que o tema RSC evoca uma expressão que se tornou prematuramente gasta e banalizada pelo uso indevido, mesmo antes de ser razoavelmente compreendida pelo público em geral.Embora o conceito possa ser considerado equívoco, nebuloso ou simplesmente pouco conhecido, é sabido por todos que aliar seu próprio nome ou marca a idéia de responsabilidade social é potencialmente benéfico para a construção ou manutenção de uma boa e, conseqüentemente, potencialmente rentável, imagem corporativa.Assim, empresas sérias, de um lado e, não tão sérias, de outro, utilizam-se igualmente da mesma expressão - responsabilidade social - para definir e divulgar certas condutas, tidas como moralmente apreciáveis, que empreendem, direta ou indiretamente, no desempenho de suas atividades.
Sem qualquer concessão a ilusões de um “novo mercado bonzinho”, falamos de business e dos benefícios que o modelo de gestão da Responsabilidade Social pode propiciar às empresas. Tornando-as ainda mais ricas e perenes sem o ônus do preconceito em relação ao "visado lucro", na medida em que este enriquecimento extrapola sua divisão entre proprietários e acionistas e também incorpora outros agentes envolvidos no processo: colaboradores, clientes, consumidores, fornecedores, governos, comunidades e tantos outros.
Pode torná-las construtora consciente de uma nova realidade nacional, voltada a tornar o Brasil cada vez menos dependente de interferências externas para o seu desenvolvimento econômico e social sustentável, consolidando seu mercado interno e lucros maiores com marcas mais fortes - aqui e no exterior. As empresas, por sua riqueza e seu enorme poder transformador, são as principais responsáveis pela Sustentabilidade global... Se o mundo, daqui a 10 anos, estiver melhor, o bônus é das empresas, mas se estiver pior, o ônus também será delas!

´NOVIDADES EM RSC

Business Process Day 2008 debate Responsabilidade Social Corporativa
30 de setembro de 2008 às 00:04
www.administradores.com.br

Não há sustentabilidade sem integração de processos". Sob esse tema, o maior congresso sul-americano de gestão de processos de negócios invade a capital paulista entre os dias 23 e 25 de outubro. O Business Process Day 2008 trará analises, tendências e melhores práticas em arquitetura organizacional, implementação de gestão de processos e pessoas, BPMS, SOA, supply chain, sustentabilidade, além de palestras temáticas e apresentação de cases. Desde 2002, o Business Process Day 2008 congrega a comunidade em torno do direcionamento das melhores práticas para inovação e excelência. O evento deste ano é uma realização do Instituto Avançado de Desenvolvimento Intelectual (Insadi – www.insadi.org.br) e tem como idealizador o fundador e diretor executivo do Insadi e pesquisador associado do Naipe/USP, Dieter Kelber. "A Responsabilidade Social Corporativa será um elemento imprescindível para o equilíbrio entre os desempenhos ambiental, social e econômico dos negócios neste século", acredita Kelber. Ele explica que a compensação das emissões de gases do efeito estufa dos três dias de evento será feita por meio de reflorestamento de árvores nativas no Parque Insadi, em Presidente Epitácio, interior de São Paulo, em parceria com a ONG Apoena local (www.apoena.org.br).Além da sustentabilidade, tema mais que atual, o evento terá salas para discutir Gestão, Inovação, Supply Chain, o papel dos Lidestores nas empresas e a formação de profissionais em processos de negócios. Esta edição do congresso conta com o apoio do Governo do Rio Grande do Sul e de organizações como Banrisul, IBM, Oracle, Tetra Pak, Kongress, Câmara Brasil Alemanha, Swedcham Brasil, World Trade Center - SP, Sucesu, Ruschel & Associados, Grupo Padrão, ONG Apoena, Versátil Comunicação, FTA Brasil Comunicação, Embria, Elo Group, Image Technology, KF Business Consulting, eWave, Klug Solutions, iProcess, Kaizen, Fórum Brasileiro de Processos e Sucesu. ProgramaçãoNa sala Gestão, empresas como Petrobras, Oracle, TIM e Inmetro irão revelar como novos conceitos e metodologias na gerência de processos de negócios estão influenciando a atuação dessas empresas, com amplo foco estratégico e tático, combinando conteúdos conceituais e práticos. GVT, Pão de Açúcar e Citibank serão algumas das companhias que estarão no espaço destinado à inovação, apresentando ações realizadas por suas áreas de Tecnologia da Informação voltadas à Gestão de Processos de Negócios, com abordagem prática de temas como BPMS e SOA. O capital humano, a gestão de mudanças, a gerência de pessoas em ambiente de processos, o uso completo dos hemisférios cerebrais e a integração de pessoas, a Business Process Day 2008 debate Responsabilidade Social Corporativa
30 de setembro de 2008 às 00:04
www.administradores.com.br

Não há sustentabilidade sem integração de processos". Sob esse tema, o maior congresso sul-americano de gestão de processos de negócios invade a capital paulista entre os dias 23 e 25 de outubro. O Business Process Day 2008 trará analises, tendências e melhores práticas em arquitetura organizacional, implementação de gestão de processos e pessoas, BPMS, SOA, supply chain, sustentabilidade, além de palestras temáticas e apresentação de cases. Desde 2002, o Business Process Day 2008 congrega a comunidade em torno do direcionamento das melhores práticas para inovação e excelência. O evento deste ano é uma realização do Instituto Avançado de Desenvolvimento Intelectual (Insadi – www.insadi.org.br) e tem como idealizador o fundador e diretor executivo do Insadi e pesquisador associado do Naipe/USP, Dieter Kelber. "A Responsabilidade Social Corporativa será um elemento imprescindível para o equilíbrio entre os desempenhos ambiental, social e econômico dos negócios neste século", acredita Kelber. Ele explica que a compensação das emissões de gases do efeito estufa dos três dias de evento será feita por meio de reflorestamento de árvores nativas no Parque Insadi, em Presidente Epitácio, interior de São Paulo, em parceria com a ONG Apoena local (www.apoena.org.br).Além da sustentabilidade, tema mais que atual, o evento terá salas para discutir Gestão, Inovação, Supply Chain, o papel dos Lidestores nas empresas e a formação de profissionais em processos de negócios. Esta edição do congresso conta com o apoio do Governo do Rio Grande do Sul e de organizações como Banrisul, IBM, Oracle, Tetra Pak, Kongress, Câmara Brasil Alemanha, Swedcham Brasil, World Trade Center - SP, Sucesu, Ruschel & Associados, Grupo Padrão, ONG Apoena, Versátil Comunicação, FTA Brasil Comunicação, Embria, Elo Group, Image Technology, KF Business Consulting, eWave, Klug Solutions, iProcess, Kaizen, Fórum Brasileiro de Processos e Sucesu. ProgramaçãoNa sala Gestão, empresas como Petrobras, Oracle, TIM e Inmetro irão revelar como novos conceitos e metodologias na gerência de processos de negócios estão influenciando a atuação dessas empresas, com amplo foco estratégico e tático, combinando conteúdos conceituais e práticos. GVT, Pão de Açúcar e Citibank serão algumas das companhias que estarão no espaço destinado à inovação, apresentando ações realizadas por suas áreas de Tecnologia da Informação voltadas à Gestão de Processos de Negócios, com abordagem prática de temas como BPMS e SOA. O capital humano, a gestão de mudanças, a gerência de pessoas em ambiente de processos, o uso completo dos hemisférios cerebrais e a integração de pessoas, a espaço destinado à inovação, apresentando ações realizadas por suas áreas de Tecnologia da Informação voltadas à Gestão de Processos de Negócios, com abordagem prática de temas como BPMS e SOA. O capital humano, a gestão de mudanças, a gerência de pessoas em ambiente de processos, o uso completo dos hemisférios cerebrais e a integração de pessoas, a formação de profissionais em processos de negócios serão alguns dos destaques da sala "Lidestor".O ambiente dedicado às discussões do Supply Chain apresentará tendências relacionadas à administração de processos logísticos, modelos SCOOR, os KPIs indicadores de desempenho logístico, entre outros.

domingo, 5 de outubro de 2008

RESENHA

Melo neto, Francisco Paulo de

Gestão Da Responsabilidade Social Corporativa: O caso Brasileiro /
Francisco Paulo de Melo Neto ,César Froes. – Rio de Janeiro: Qualittymark Ed ., 2001


Resenha dos capítulos: 01 a 03/ pág: 1 a 74.
Além de analisar o contexto sócio-econômico que deu origem a um maior envolvimento do setor privado nas questões sociais, Fróes e Melo Neto explicam as características básicas da responsabilidade social corporativa e avaliam o aprimoramento das práticas sociais empresariais. Depois dessa introdução conceitual, eles analisam o gerenciamento da responsabilidade social corporativa em relação aos empregados, à comunidade, ao meio ambiente e ao comportamento ético, e apresentam um estudo de caso brasileiro. Na estrutura destes capítulos encontram –se analisados pelos autores, temas com:Em busca de uma nova racionalidade social, Responsabilidade Social: Uma Análise Preliminar e O Novo Paradigma na Gestão da Responsabilidade Social.
O processo de globalização é responsável pela emergência de um fenômeno que merece analise.Os elevados custos ecológicos e sociais, inerentes ao processo de globalização, têm suas raízes na prevalência das empresas transnacionais na alocação de recursos produtivos.Estados perdem a sua soberania.Espaço e território, do povo, categorias formadas de nacionalidade, perdem seu valor.Sob a nova lógica produtiva global, eles são vistos como espaços produtivos aproveitáveis ou não, segundo a lógica dominante e o processo de gerenciamento das cadeias produtivas globais.Além de gerar desemprego e exclusão social, as estratégias das empresas multinacionais debilitam a ordem social enfraquecem as forças sociais, praticamente extinguem os movimentos sociais (o MST é uma exceção), quebram a coesão comunitária e dissipam a idéia de solidariedade social.Portanto, o que fazer para diminuir esses riscos?Mudar a nova Lógica econômica que sustenta as vicissitudes do globalismo produtivo e financeiro do mundo atual?Ou retroceder à lógica econômica tradicional?
A solução encontrada foi a criação de uma nova lógica e racionalidade das empresas, a racionalidade social.Ela surge não substituir a nova lógica econômica globalizante, mas atenuar seus efeitos e diminuir seus riscos sistêmicos.As empresas atuam como principais agentes desta nova racionalidade.È neste contexto, o de responsabilidade social, que a empresa emerge como “grande investidor social” e principal agente do desenvolvimento local e regional em parceria com o Estado e as demais instâncias da sociedade civil.
Responsabilidade Social de governos, cidadãos, empresas e instituições são os valores principais que caracterizam a era das responsabilidades sociais.Tais valores tem na ética o seu principal instrumento.Portanto, é possível falarmos de uma nova ética da responsabilidades social no mundo atual.Neste contexto, a responsabilidade social tornou-se a palavra de ordem. O governo procura aprimorar seu processo de gestão e política social.Os cidadãos buscam exercer sua responsabilidade social trabalhando como voluntários, participando de cooperativas de trabalho sociais, criando e participando de ong´s, fazendo doações para entidades filantrópicas e assumindo atitudes e comportamento mais éticos.
Responsabilidade Social é a responsabilidade assumida diante da sociedade, no que se refere a geração de empregos, ao aumento da qualidade de vida, à arrecadação correta da carga tributária, ao pagamento de salários dignos, à assimilação, à transferência de tecnologia, ou a qualquer outro fator que possa agregar benefício para a gestão e para a sociedade.
Diante das novas tendências do mundo contemporâneo – globalização da economia, crescimento econômico a parceria entre a sociedade e as empresas privadas não beneficia somente àquela, mas também as empresas. Após a prestação de auxílio à sociedade, que num primeiro momento é a grande beneficiada, as empresas podem observar um aumento dos lucros e das vendas, proveniente da boa aceitação social e da dissimilação subliminar do Marketing Institucional e Social. A Gestão social agregará uma vantagem competitiva maior do que qualquer outro sistema especialista em gestão nas próximas décadas.

FICHAMNETO

REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA

Melo neto, Francisco Paulo de, César Froes.Gestão Da Responsabilidade Social Corporativa: O caso Brasileiro / – Rio de Janeiro: Qualittymark Ed ., 2001

SÍNTESE
Além de analisar o contexto sócio-econômico que deu origem a um maior envolvimento do setor privado nas questões sociais, Fróes e Melo Neto explicam as características básicas da responsabilidade social corporativa e avaliam o aprimoramento das novas práticas de gestão da RSC. Responsabilidade Social é a responsabilidade assumida diante da sociedade, no que se refere a geração de empregos, ao aumento da qualidade de vida, à arrecadação correta da carga tributária, ao pagamento de salários dignos, à assimilação, à transferência de tecnologia, ou a qualquer outro fator que possa agregar benefício para a gestão e para a sociedade.

PALAVRAS CHAVES: Responsabilidade social; novo paradigma da RSC;Gestão da RSC.

CAPITULOS 01 A 03/ PAG 01 A 74


Em vez de perguntar como inovar de modo a alcançar os resultados desejados, pergunta-se aqui: como inovar de forma responsável? Trata-se de uma pergunta cada vez mais pertinente diante da emergência da responsabilidade social e ambiental ampliada como um dos parâmetros básicos de ação para todos os agentes públicos e privados, reclamada por importantes setores da sociedade mundial. Entre os novos desafios empresariais está a capacidade de contribuir para a construção e difusão de novos modelos de gestão alinhados com os processos de desenvolvimento sustentável. Uma organização inovadora sustentável é aquela que contribui para alcançar esse tipo de desenvolvimento: um desenvolvimento socialmente includente, tecnologicamente prudente e economicamente eficiente.

01. Em busca de uma nova racionalidade social, da ética perversa do dinheiro à ética benéfica do social: o confronto de duas éticas.
02. Responsabilidade social: uma analisa preliminar, o nascimento do terceiro setor, responsabilidade social x filantropia e uma analise das diferentes visões de responsabilidade social.
03. O novo paradigma da gestão na gestão da responsabilidade social, o empreendedorismo social e a filantropia de alto rendimento, a nova visão da pobreza como base do sucesso das ações sociais e o marketing social.

Responsabilidade Social de governos, cidadãos, empresas e instituições são os valores principais que caracterizam a era das responsabilidades sociais.Tal valor tem na ética o seu principal instrumento.Portanto, é possível falarmos de uma nova ética das responsabilidades social no mundo atual.Neste contexto, a responsabilidade social tornou-se a palavra de ordem. O governo procura aprimorar seu processo de gestão e política social.Os cidadãos buscam exercer sua responsabilidade social trabalhando como voluntários, participando de cooperativas de trabalho sociais, criando e participando de ong´s, fazendo doações para entidades filantrópicas e assumindo atitudes e comportamento mais éticos.
Mas é no âmbito das empresas que podemos observar a excelência no exercício da responsabilidade social.Nossas empresas tornam-se cidadãs e têm colocado a sua competência gerencial a serviço das causas sociais. Do exercício da filantropia tradicional evoluíram para a pratica da filantropia de alto atendimento.
Nossas empresas desenvolvem ações de Marketing social, obtêm retorno para o seu negocio, ampliam a sua comunicação social e ambiental.

sábado, 17 de maio de 2008



DESTE JEITO NÃO DÁ
ANDRÉA LEAL E RICARDO MENDONÇA
REVISTA ÉPOCA-28 de abril de 2008


DESCASOLixo acumulado na Vila Cruzeiro, no Rio de Janeiro. A sujeira nas ruas contribui para a proliferação do mosquito da dengue
A experiência de Cingapura com a dengue é carregada de exemplos positivos que poderiam ser aproveitados pelo Brasil. O pequeno país do sudeste da Ásia sempre sofreu com a doença. Ela atingiu proporções epidêmicas em 1973, 1986 e 1992, e mesmo fora dos anos de pico o número de casos sempre foi alto. Na década de 70, o governo começou a implantar políticas de combate à doença baseadas em três frentes: eliminação de focos de larvas do Aedes aegypti, educação e punição aos cidadãos negligentes. Depois de mais um surto, no fim dos anos 90, o governo aumentou o valor da multa para donos de imóveis onde houvesse água parada. Conseguiu reduzir em 74% os registros da doença de 1998 para 1999. O problema parecia resolvido, mas o impacto das multas foi efêmero. Os registros da doença foram subindo aos poucos até atingir níveis extremamente preocupantes em 2005, ano que ficou conhecido como o de pior surto de dengue no país. Foi então que a postura mudou genuinamente.
Na semana passada, os brasileiros receberam mais uma avalanche de más notícias relacionadas à doença. O Estado do Rio de Janeiro, que já tem mais de s 110 mil registros desde o início do ano, bateu seu recorde histórico de mortes por dengue. De janeiro a abril, o número de óbitos chegou a 92, superando o total registrado em 2002, o pior ano da história até então. O Ceará decretou estado de alerta devido ao aumento de casos de dengue hemorrágica. Em 2007 foram 298 casos. Agora, só nos primeiros quatro meses, já há 109 registros. Na Paraíba e em Pernambuco, duas crianças morreram por dengue hemorrágica. Em Sergipe, as notificações até abril já superam em 1.200% os casos observados no mesmo período de 2007. Sete pessoas morreram em decorrência da doença.
Por que o Brasil não aprende?
A resposta, segundo os especialistas, é tão simples que chega a humilhar: falta ação efetiva do poder público, falta dar uma pequena espiada nos bons exemplos internacionais. “Combater a dengue é trabalho de formiguinha, tem de ser o tempo todo, todo dia, 12 meses por ano. E o Brasil nunca teve isso”, afirma o médico Luiz Jacintho da Silva, professor titular da Unicamp que atualmente trabalha num laboratório privado na Itália. “Quando há surto de casos num ano, a atuação melhora um pouco no período seguinte e os casos caem. Então há um relaxamento e os índices voltam a subir no ano seguinte. Quantas vezes já não vimos a repetição dessa história?”
O exemplo mostra que se os governantes brasileiros tivessem cuidados básicos, como investir em saneamento e coleta de lixo, a proliferação do mosquito transmissor seria bem menor. A foto da página anterior é uma amostra do descaso das autoridades com o assunto no Rio de Janeiro. Trata-se de um lixão a céu aberto no populoso bairro da Vila Cruzeiro, na capital do Estado. Quantos mosquitos não podem ter sido criados nesse berçário de larvas?
Outro exemplo que poderia ser estudado pelo Brasil é o de Porto Rico, Estado associado aos Estados Unidos que passou por duas fortes crises de dengue na década de 90: 20 mil casos em 1994 e 14 mil casos em 1998. Lá, a estratégia foi centrada em educação e no treinamento de médicos e agentes de saúde. Em todas as semanas do ano, principalmente fora do período de maior risco, os médicos de hospitais públicos são instruídos a fazer exame de sangue em pacientes que apresentem sintomas parecidos com os da dengue. Dessa forma, é possível detectar e combater possíveis focos antes do verão. Outra medida: todos os hospitais e clínicas particulares têm o número de leitos e profissionais de saúde cadastrados num sistema de informática. No caso de epidemia, os centros de saúde atualizam diariamente essa estatística. Assim, quando falta um leito num hospital, o poder público providencia prédios para serem usados como hospitais temporários e deslocam médicos de acordo com a necessidade.
Para não dizer que falta ao Brasil qualquer iniciativa criativa de combate a dengue, um pequeno município no interior de São Paulo, chamado Adolfo, resolveu dar o exemplo. Em fevereiro, a Prefeitura implantou um projeto de distribuição gratuita de acesso à internet rápida e condicionou o benefício ao engajamento das pessoas no combate à doença. Se uma casa for flagrada com potenciais criadouros, como vasos com água parada ou pneus abandonados, o morador perde o acesso. “Os adolescentes viraram nossos melhores fiscais”, diz o prefeito João Boca. Neste ano, houve apenas um registro de dengue na cidade.

Comentário:

Os autores são críticos quando comparam as políticas de saúde do Brasil, em relação ao combate à dengue, com as de Cingapura e Porto Rico. Descrevem as medidas implantadas por estes países, e planos a curto e longo prazo como forma de manter o governo e a população em constante vigília. O que não acontece no nosso País, onde tanto o governo quanto a maior parte da população são negligentes quanto às medidas preventivas: educação, saneamento básico, compromisso com a limpeza...
Os brasileiros sempre deixam tudo para se resolvido na última hora e, não haveria de ser diferente no combate a dengue: só lembram que esta doença existe quando a mídia traz uma avalanche de más notícias relacionadas à mesma. Infelizmente continuam inertes enquanto a doença acomete o outro e, quando cai sobre sua cabeça ou dos seus, acorda para a realidade e descobre que não está imune.
Também dão exemplo da criatividade do município Adolfo no interior de São Paulo: a cidade combate a dengue oferecendo internet grátis, o que torna os jovens bastante vigilantes em qualquer lugar em que estejam. Embora o correto fosse as pessoas agirem naturalmente em razão da proteção de sua saúde, esta moeda de troca foi a solução encontrada para beneficiar ambas as partes.

segunda-feira, 21 de abril de 2008

As jovens Promessas da medicina


As jovens Promessas da medicina
Por: Greice Rodrigues
ISTOÉ de 16-04-08

Eles são jovens, inteligentes e muito competentes. Fazem parte de uma nova geração de profissionais que, apesar da pouca idade, já se destaca no meio científico com trabalhos e atuações importantes nas áreas da oncologia, cardiologia, pneumologia e diabete.

São autores de pesquisas que têm ajudado a ciência a entender, por exemplo, mecanismos sobre o desenvolvimento de doenças como o câncer de boca e processos inflamatórios. Está se falando aqui de brasileiros que são as jovens promessas da medicina. Uma das representantes desse grupo é a biomédica paulista Juliana Monte Real, 24 anos. No ano passado, ela foi premiada no Congresso Europeu de Doenças Respiratórias por ter identificado o papel de uma proteína presente em lesões pulmonares causadas pela necessidade de ventilação mecânica – procedimento para ajudar na respiração de pacientes graves. Em trabalhos com camundongos, Juliana descobriu que a substância tem papel importante no agravamento da inflamação decorrente dessa forma de ventilação. O próximo passo é confirmar esses achados em humanos. "Se confirmado, poderá abrir caminhos para a criação de estratégias terapêuticas que inibam a ação dessa proteína", diz ela. O estudo foi orientado, em São Paulo, pela bióloga Adriana Abalen e pelo pneumologista Daniel Deheinzelin, do Hospital A. C. Camargo, especializado em câncer.Outro pesquisador que vem ganhando destaque é o médico Silvio Reggi, 30 anos, de São Paulo. Ele é o responsável pela adaptação para o Brasil de um questionário da Associação Americana de Diabete para identificar pessoas com propensão a desenvolver a doença. Após responder aos questionários (que classificavam os riscos a partir de uma pontuação), os voluntários faziam exames de sangue. "O estudo mostrou que as pessoas que tiveram alteração em seus exames eram aquelas que haviam atingido uma pontuação de risco", diz Reggi. O trabalho do médico foi premiado no Brasil e está em estudo para ser incorporado como um método de diagnóstico precoce da enfermidade. Reggi coordenará, agora, o ambulatório de doenças coronárias em pacientes diabéticos no Hospital São Paulo.Como esses talentos são descobertos? De acordo com a pesquisadora Maria Angélica Miglino, coordenadora do Programa de Iniciação Científica da Universidade de São Paulo, boa parte das universidades brasileiras coloca o universitário em contato com o universo científico. Um desses programas é o de Iniciação Científica, feito em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico (CNPq). "Todos os estudantes têm contato com esse ambiente de pesquisa, mas só alguns vão além. Nosso papel é descobrir e direcionar esses talentos, oferecendo suporte para que sejam excelentes cientistas", diz Maria Angélica.Os responsáveis pelos programas logo reconhecem quem tem paixão pela ciência. É o caso da cirurgiã-dentista mineira Cláudia Maria Pereira, 36 anos. Ela é autora de um importante estudo que identificou genes envolvidos no surgimento de câncer de boca. "Esse achado pode auxiliar na compreensão dos eventos envolvidos na progressão dessa doença", diz Cláudia. A conclusão desse trabalho rendeu à pesquisadora o primeiro lugar no First International Academy of Oral Oncology, em Amsterdã, na Holanda.O CNPq também criou um programa para financiar pesquisadores que estão iniciando a carreira científica. "É mais uma oportunidade para revelar novos talentos", diz Marco Antônio Zago, presidente da entidade. Potenciais como o médico Alexandre Siciliano, 34 anos, que, apesar da pouca idade, coordena dois importantes centros no Instituto Nacional de Cardiologia, no Rio de Janeiro: o da cirurgia cardíaca e o de transplante. A formação, concluída no Cleverland Clinic Foundation, nos EUA, o ajudou a se tornar uma referência na área. O jovem médico também se ocupa de outras atividades. Uma delas é a pesquisa que avalia os benefícios da videotoracoscopia, uma nova técnica cirúrgica pouco invasiva indicada para tratar arritmia. "Estou avaliando o impacto desse novo procedimento na qualidade de vida do paciente".

Comentários:

A autora deu ênfase a esta matéria no intuito de que é “melhor prevenir do que remediar”; o que na verdade, quando a doença atinge um grau mais avançado, mais difícil se torna a cura ou um tratamento paliativo, o que não deixa de ser muito oneroso para os cofres públicos.
Pesquisas demandam tempo, dedicação e dinheiro. Porém o Estado só consegue enxergar o presente e, não os benefícios futuros; estes que também reduzem as onerosidades e principalmente salvarão muitas vidas.
O curso de Medicina da UFJF poderia seguir os passos do curso de Odontologia, que teve muitos investimentos nos últimos anos. O HU é excelente, os acadêmicos muito dedicados e, muitos deles ao extremo, mas o Governo não investe em equipamentos nem em pesquisas e, por mais que acadêmicos e residentes queiram alcançar importantes objetivos para os diagnósticos, falta celeridade. Mesmo assim, estes profissionais estão de parabéns!...


Procura-se: mão-de-obra qualificada para construir o País


Revista Época - Procura-se: mão-de-obra qualificada para construir o País
( 14/04/2008)
Alexandre Mansur e Peter Moon

Houve um tempo em que o maior desafio do Brasil era acabar com a inflação. Quando ela finalmente foi derrotada, o desafio seguinte tornou-se reencontrar a via do crescimento econômico, único meio para começar o resgate da dívida social do país. Agora que o Brasil está crescendo, a questão crucial é garantir que seja um crescimento de longo prazo. É preciso atacar os fatores que atravancam a atividade econômica, como as deficiências em infra-estrutura que ocasionaram o apagão energético em 2001 e o apagão aéreo de 2007. Mas nenhum problema é mais premente que o apagão da mão-de-obra. Tome-se o exemplo da Petrobras, a maior empresa do país. O maior gargalo para seu crescimento não é falta de matéria-prima nem de investimentos. "O principal obstáculo para nosso desenvolvimento é a falta de jovens talentos", afirma José Sérgio Gabrielli, presidente da empresa. Segundo Gabrielli, a Petrobras e seus fornecedores terão dificuldade para preencher 73 mil postos até o ano que vem. São vagas em 722 especialidades, entre nível técnico e de formação superior. "O apagão de mão-de-obra é evidente", diz Francisco Ramirez, diretor da empresa de recrutamento de executivos ARC e professor do Ibmec-SP. "Tenho dificuldades de contratar profissionais para vagas em engenharia, tecnologia da informação, agroindústria, em várias áreas cruciais para o desenvolvimento do país."
Os números do Ministério da Educação explicam essa dificuldade. Cerca de 35 milhões de crianças e adolescentes passaram pelo ensino elementar na última década. Entre os que cursam o ensino médio, o número cai para 9 milhões. Os 25 milhões que ficaram para trás são muitas vezes analfabetos funcionais. Num mundo informatizado, mecanizado, em que as tarefas simples são feitas por máquinas, suas oportunidades de trabalho diminuem. Eis a receita de pobreza e dependência de programas sociais. Só o Bolsa-Família atende hoje mais de 10 milhões de famílias.
Por isso, a educação é nosso maior desafio. É ela que vai definir nosso sucesso nos próximos anos. E é a tarefa mais árdua e demorada de cumprir. Basta fazer as contas. Uma estrada ou uma nova linha do metrô levam quatro anos para ser construídas. Uma usina hidrelétrica requer dez anos, do projeto até a geração de energia. "Um ser humano não leva menos que 25 anos para ser formado", diz Ramirez. Nesta edição de ÉPOCA Debate, apresentamos um diagnóstico dos principais problemas da educação brasileira e apontamos caminhos para sua solução.
"Um ser humano leva 25 anos para ser formado"
A julgar pelos dados do Programa de Avaliação Internacional de Estudantes (Pisa), da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o desafio é enorme. Entre os alunos de 15 anos dos 57 países aferidos pelo teste, os brasileiros jamais saíram da lanterninha, em quesitos como leitura e matemática, desde 1997. Tem sido difícil melhorar o desempenho porque os problemas da educação brasileira estão ligados ao nível mais básico possível: ler, escrever e as quatro operações. Investir no ensino fundamental é imprescindível para que o Brasil esteja no mesmo patamar dos países desenvolvidos, daqui a um quarto de século. Essa é a tarefa essencial. Mas não pode ser a única: o país não pode parar à espera dos profissionais de 2033. É preciso treinar já os jovens com formação deficiente que chegam ao mercado de trabalho. E adequar a formação profissional às necessidades da sociedade. Um modo de verificar o nível de desenvolvimento futuro de um país é olhar o número de engenheiros e cientistas que se formam nas universidades, em relação ao total de alunos que concluem cursos de faculdade. Nesse quesito, quem sai na frente são a China e a Coréia, com uma taxa em torno de 40% e 30%, respectivamente, de acordo com um estudo da OCDE. Os dois tigres asiáticos ganham dos Estados Unidos (25%). E deixam o Brasil muito para trás. Aqui, os universitários que se dedicam à engenharia ou a carreiras científicas são apenas 12% do total. Outro dado que indica quanto um país está preparado para o futuro é o número de pesquisadores em atividade. No Brasil existe apenas um cientista para cada grupo de mil trabalhadores. Na China, são dois. Nas nações da União Européia, seis. Nos EUA, dez. E no Japão, 12.
A falta de mão-de-obra especializada não é um gargalo só para a expansão dos negócios no país. Os brasileiros também deixam de competir pelas oportunidades lá fora. "Estamos perdendo a chance de disputar com a Índia uma fatia maior do mercado de serviços de informática", afirma Jair Ribeiro, presidente da CPM Braxis, uma empresa especializada em prestar serviços de tecnologia para outras. Grandes companhias no mundo todo vêm entregando partes de seu sistema para ser administradas de outros lugares do mundo, um fenômeno chamado de offshoring (exportação de serviços). "Esse é um mercado de US$ 50 bilhões, que cresce 40% ao ano e atingirá os US$ 300 bilhões."
Mais uma vez, o que falta ao Brasil para avançar nessa área não são equipamentos, como mostra o ranking tecnológico global divulgado na quarta-feira passada pelo Fórum Econômico Mundial. Estamos na 59ª colocação, logo atrás do México e bem atrás do Chile (34ª), entre os latino-americanos. A lista é encabeçada por Dinamarca, Suécia e Suíça. De acordo com a pesquisa, o país não sobe de posição por causa da péssima qualidade educacional. De todas as soluções para melhorar o ensino, a mais urgente e eficaz é investir na melhora dos professores, como conta a próxima reportagem.

Comentários:

Alexandre Mansur e Peter Moon expõem de forma simples os acontecimentos relacionados ao desenvolvimento do País e, ultimamente estão levando a nossa Educação a um novo redirecionamento. A sociedade está em constante transformação e novas oportunidades de emprego estão surgindo; mas nossas Universidades ainda não atentaram para esta renovação. Continuam com cursos obsoletos onde o mercado de trabalho já está saturado e, quando ainda não o está, os estudantes estão mal preparados. O que faz uma boa Entidade de Ensino? Transforma suas salas de aulas em verdadeiros laboratórios e simuladores, coisa de filme de ficção científica... Na verdade, precisa-se conhecer o passado para fabricar o presente e programar o futuro. Educação: eficiência e eficácia. O que faz um bom professor? Talento, vocação, remuneração, inovação...saber tirar do nada, alguma coisa. O que faz das políticas públicas uma responsabilidade social? Ética e vergonha na cara...Atuação com mãos-de-ferro do judiciário e das nossas legislações que embora promovam sanções, sempre escapam ilesos os que desviam verbas públicas para os seus bolsos e projetos que não mudam em nada a inércia do nosso ensino. O que os autores quiseram nos mostrar? As mudanças vêm de dentro para fora. Se os instruídos não são capazes de nos guiar porque também aderiram à esta inércia, cabe a nós mesmos buscar esta transformação.

terça-feira, 25 de março de 2008

Acabou o Diálogo

Revista ISTO É de 19-03-08 Economia e Negócios
Acabou o Diálogo: Por Sérgio Pardellas



A Vale, que teve unidades invadidas e depredadas pelo MST e pela Via Campesina nos últimos dias, resolveu contra-atacar. Não apenas qualificando de “bandidos” os que promoveram as ocupações, como fez um de seus diretores, mas enviando à Polícia Federal uma petição em que pede a prisão de Eurival Carvalho, o Totô, líder do MST que chefiou a invasão da Estrada de Ferro Carajás, em outubro. A polícia e a Justiça conhecem bem Totô: ele é investigado em cinco inquéritos e réu em outros três processos criminais. No pedido à PF, a Vale diz que sua prisão seria uma medida imprescindível. Agora, a empresa se prepara para tentar fazer o mesmo com os chefes do movimento que invadiram as suas instalações no Maranhão e em Minas, na semana passada. A Vale, afirma Tito Martins diretor-executivo, sempre investiu no relacionamento com os moradores de regiões exploradas pela mineradora. “A interlocução é freqüente com públicos que possam sofrer algum tipo de impacto, positivo ou negativo, com nossos projetos”, explicou. Também acrescentou: “é um movimento político. Querem usar a Vale para ganhar visibilidade”. Porém, Cirineu Rocha, um dos líderes do MAB (MST), garante que estão em jogo algumas reivindicações.
Prejuízo, pedra nos trilhos da Vale, em Resplendor, impediram embarque de 800 toneladas de minério. Empresas como Monsanto e Vale acusam o MST e a Via Campesina de provocarem prejuízos de US$ 200 milhões e vão brigar na Justiça.
Análise crítica
O texto apresenta os dois lados desse conflito e, embora o autor seja imparcial, faz questão de mostrar claramente através da fala dos diretores das empresas lesadas, a ilegalidade de tais atos do MST. Revela a responsabilidade social por parte das empresas e o não cumprimento de acordos pelas mesmas segundo alegações do MST.
Historicamente, o MST tem atuado no Brasil, desde meados da década de 80, pela reforma agrária e o acesso à terra, altamente concentrada nas mãos de poucos proprietários. Mas de algum tempo para cá, alguma coisa mudou. Aquele movimento de ocupação, que visava mostrar à sociedade a grande quantidade de terras improdutivas no país virou algo parecido com um partido político. E isso, é claro, no pior sentido possível.
Existem outras matérias já publicadas sobre o MST, que condenam as invasões e deveria haver uma regulamentação e controle das ações dos integrantes desses movimentos, que da maneira como estão, deixam muito bem transparecer de que agem com ideologias políticas. Já passou da hora de o governo e a sociedade darem um basta e colocarem limites no MST e em outros movimentos que são pró-reforma no campo. O radicalismo que estes movimentos demonstram em suas ações só prejudica aqueles que realmente querem trabalhar a terra, mas que são usados para fins políticos. E para agravar esta situação vemos pessoas e entidades que em teoria são sérios, indo no mesmo barco.
Para finalizar, a relação e importância do tema para a Administração, está na responsabilidade social que uma empresa tem que ter na sua implantação e, que existem leis que precisam ser respeitadas. O que não está acontecendo com o MST: a luta pela terra não importa mais, o movimento é mais importante do que as conquistas. Se hoje o governo decidisse fazer uma reforma agrária, eles seriam os primeiros a lutar contra. “E a fonte de renda, vai sair de onde? Da terra?”, diriam eles. Estão acostumados a serem financiados, não querem mais trabalhar. E para que isso continue, é necessário que a manipulação da massa continue. Criticam empresários e industriais, assim como os políticos. No entanto fazem o mesmo que eles: prometem algo que não tem intenção nenhuma de cumprir, apenas para continuar recebendo as verbas federais, quase como um partido político. Não é mais um movimento popular. É uma máquina de fazer dinheiro.

domingo, 16 de março de 2008

Comentário Pessoal

De acordo com Marcílio Marques Moreira, ex-presidente da Comissão de Ética:
“Quem anda dentro da lei é considerado um imbecil. Permeia a sociedade a leniência com desvios, transgressões, começando com as pequenas, como jogar papel na rua, furar o sinal de trânsito, dar uma cervejinha ao guarda que quer multar.”
É o famoso jeitinho brasileiro e você sabe com quem está falando? Cada um se vira como pode; as recompensas são desde pequenos favores até outros muitos maiores. Também, por parte dos indivíduos que ocupam uma posição alta na sociedade, dá-se a coação e intimidação. O maior engole o menor...O nosso País possui inúmeros contrastes de diferentes ordens e instancias, contudo as disparidades políticas saltam aos olhos de nossa opinião pública. Atribuir aos políticos todos os problemas do Brasil é uma hipocrisia. Todos nós temos responsabilidade social.
Carecemos do habito moral, da ética reflexiva, e não de estruturas sociais materiais defeituosas como causadores de todos os problemas. Contudo, A política deve ter, pelo menos como exigência, a criação de um estilo ético de fazê-la.Esse estilo ético é que falta ao político brasileiro, porque, preocupa-se em levar vantagem em tudo. Mas esse comportamento não é somente exclusivo dos representantes do povo, todos nós agimos assim. Isso significa que a curto prazo não existe possibilidade de mudança na mentalidade dos cidadãos brasileiros.
Com efeito, usa-se muito a palavra ética em nosso amado País, mas na verdade é rara a efetivação dela, e isso é uma contradição que a maioria dos letrados ignora. Contudo, é importante lembrar que a política não pode tornar o homem justo, mas ela pode mudar a realidade social. Assim, a justiça deveria ser a condição anterior para ser um bom político.
Isso significa que na relação social não pode haver hegemonia da necessidade individual e nem a supressão da individualidade pela força da coletividade. O singular não pode anular o comunitário e o comunitário não pode anular o individual. Moralmente, o conjunto de hábitos de um homem não pode se suplantar à comunidade e a comunidade também não pode levar os desvalores éticos para o indivíduo, sabendo que ética é uma reflexão sobre os valores humanos. A vida pública portanto, seria a mais nobre referência a umhomem honrado e honesto, porém no Brasil inverteu-se esse valor como tantos outros. Existe uma contradição entre àquilo que se vive e o que deveria ser a vida pública e privada no Brasil.

Escassez de Ética

VEJA- Escassez de ética: 19 de março de 2008
Entrevista: Marcílio Marques Moreira
Por Otávio Cabral:
O embaixador Marcílio Marques Moreira está na vida pública há cinqüenta anos e onze presidentes. Foi assessor especial do Ministério da Fazenda no governo João Goulart, ministro da Fazenda do governo Collor e, até o mês passado, presidente da Comissão de Ética Pública no governo Lula – órgão responsável pela análise da conduta dos altos funcionários da República. Uma de suas últimas ações foi apontar o conflito de interesses que havia no fato de Carlos Lupi acumular o cargo de ministro do Trabalho e a presidência do PDT. O embaixador recomendou que ele abandonasse um dos postos. De início, o ministro não só não lhe deu ouvidos como ainda recebeu o apoio incondicional do presidente Lula. Depois acedeu. Mas, desapontado, Marcílio deixou a comissão antes. O embaixador diz que o episódio, além de revelador da fragilidade dos princípios éticos dos governantes, teve um efeito pedagógico. Em entrevista a VEJA, ele não critica diretamente a postura do presidente Lula no episódio, mas diz que a sensibilidade ética não é uma característica marcante dos ocupantes de postos importantes em Brasília, principalmente no Palácio do Planalto.Veja – O senhor deixou a presidência da Comissão de Ética Pública há três semanas, embora seu mandato terminasse apenas em maio. Por que o senhor saiu do cargo abruptamente?Marcílio – Achei que minha contribuição estava esgotada. Fiz tudo o que devia ter feito, e não tinha mais como ajudar porque a atuação da comissão ficou muito "fulanizada". Virou uma disputa minha contra o ministro Lupi, o que era prejudicial à própria comissão. Achei melhor prosseguir na luta pela ética em outros fóruns.Veja – Desde novembro o senhor alertava para o fato de Carlos Lupi ocupar os dois cargos. Na semana em que o senhor deixou o cargo, pipocaram denúncias de favorecimento pelo ministério a entidades ligadas ao partido, o que acabou obrigando o ministro a deixar a presidência do PDT. Foi a prova de que o senhor tinha razão?Marcílio – Sim, foi a demonstração clara do conflito de interesses, uma definição que não é bem compreendida pela classe política. Nós alertamos sobre esse risco não só para evitar desvios, mas também para resguardar a própria autoridade. Esse conceito de ética pública é recente.Veja – O presidente Lula classificou Carlos Lupi como "o mais republicano dos ministros"...Marcílio – Preocupa-me ouvir declarações de autoridades no sentido de que transgressões são rotineiras na vida pública brasileira. Isso é inaceitável e demonstra que a sensibilidade ética é escassa no Palácio do Planalto.